A FUNDAÇÃO

De acordo com o Código Administrativo de 1900, era da responsabilidade das câmaras municipais a atuação “sobre a organização de serviços para a extinção de incendios, e para prevenir ou atenuar os males  resultantes  de  calamidades  públicas” e ao administrador do  concelho  “providenciar para protecção e segurança das pessoas e cousas nos casos de incendio, inundações, naufragios, calamidade publica e similhantes, promovendo a prestação e distribuição de socorros”. 

No entanto, no início do século XX, assistiu-se a um crescimento  considerável  das  associações de bombeiros. Segundo os dados da Liga dos Bom­ beiros Portugueses foram fundadas, nesta épo­ ca, 21 associações e corposde bombeiros ainda hoje em atividade e, em 1929, existiam já 95 asso­ ciações de bombeiros constituídas.

Foi criada, nesta altura, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Sobral de Monte Agraço, fundada a 07 de julho de 1913, com o nome de Associação dos Bombeiros Voluntários do Sobral de Monte Agraço. 

Nessa data reuniram-se na sala do Velo Clube Sobralense, a convite de D. Luiz Braamcamp Sobral, os senhoresAdriano Brandão de Vasconcellos,

Alfredo da Assumpção Monteiro,   Alfredo   Faria de Azevedo, Álvaro Reis, António de Almeida, António Filippe Tavares, António Francisco da Silva, António Jorge Ribeiro, Armando Gomes de Mel/o, Eduardo Simões Costa, João Benjamim Fragoso, João Rodrigues Serreira, João Romão Lourenço, João Simões da Silva Lopes, Joaquim António da Silva Lobato, Joaquim Fernandes (Vintém), Joaquim Januário Alfazema, Joaquim Lopes da Silva PaesJúnior, José Dias, José Thomé, Júlio Alberto do Vai/e, Manuel Feliciano Thomaz Netto, Polycarpo Thomaz Netto eWenceslau Lopes.

Do encontro, que teve como objetivo a organização de uma corporação de bombeiros voluntários com sede na vila de Sobral de Monte Agraço, resultou a inscrição de todos os presentes como sócios do corpo ativo, ficando João Simões da Silva Lopes e Eduardo Simões da Costa responsabilizados pela promoção da subscrição entre os habitantes da vila e do concelho, a fim de se proceder à compra do material indispensável para prontamente acudir a qualquer incêndio.Esta subscrição permitiu a aquisição do primeiro material de socorro, designadamente, da bomba Flaud de tração manual.O equipamento foi recebido num clima de grande festa pelos sobralenses que assistiram ao seu desfile pelas ruas da vila, ao som dos corneteiros do corpo ativo  e de foguetes.

Nessa mesma  ocasião foi  nomeada a 1.ª  direção da Associação dos Bombeiros Voluntários do Sobral de Mont’Agraço, composta por D. Luiz Braamcamp Sobral, Adriano Brandão de Vasconcellos, António Jorge Ribeiro e Júlio Alberto do Valle.

Em 19311 o Diário da Manhã referiu-se à constituição desta Associação como “( … ) uma plêiade de rapa­zes destemidos[que] organizou um Corpo de Bom­beiros Voluntários, que satisfez por completo o fim que tem em vista. Sempre dedicados, vigilantes, os bravos rapazes têm todas as simpatias do povo do Sobral. Com a ajuda dos habitantes da vila adquiriram material modernissimo.